sábado, 10 de setembro de 2011

2 - ...

Ao acordar, já não estava mais naquele local. Não havia pessoa alguma, nem acidentes, nem nada. Estava dentro de uma casa velha de madeira, sentado em uma poltrona com um copo em sua mão. Na sua frente, estava um senhor muito pálido, sussurrando rapidamente coisas que ele não podia entender. Não naquele momento. Interrompeu o velho em tom agressivo:

- Cale a boca! Por que o senhor está sussurrando, onde eu estou, quem é você, e o mais importante, o que está acontecendo?

O velho o fitou, completamente impassível. Ele aguardava alguma resposta, mas não, o velho o atingiu com um tapa na cara. Quando ele ia começar a gritar, o velho tapou a sua boca e falou:

- Você quer morrer? É isso? Antes de eu lhe falar qualquer coisa, você terá que me respeitar. Ou você me respeita, ou eu te entrego. O que vai ser?

Silêncio

- Bom, já vi que você irá me respeitar. Estava sussurrando pois não queria que ninguém ouvisse nossa conversa. Onde está, e quem eu sou não é o mais importante no momento. Agora você precisa saber o que está acontecendo. Ao longo dos anos, casos parecidos com o seu vem acontecendo. Ultimamente, eles estão mais frequentes do que o normal. Parece que...

Antes que pudesse ouvir o velho terminar, se sentiu tonto e apagou. Só podia ouvir de longe, os gritos desesperados do velho.

1 - ?

Abriu os seus olhos. Se levantou, olhou bem ao redor e se deitou de novo. Não fazia a menor ideia de onde estava. Assustado, se levantou rapidamente e seguiu em direção a porta. Ao passar por ela, algo de estranho aconteceu.

Sentiu o ar mudar, suas pernas começaram a tremer, seus braços não pareciam tão úteis quanto antes e a parede havia se tornado um grande penhasco. Estava em uma beirada qualquer, com os braços congelando, sem muito o que fazer. Avistou a porta pelo qual chegou neste local, e passou por ela novamente.

Agora podia sentir os seus braços, estavam até melhores do que o normal. Suas pernas já não tremiam mais, porém, sua cabeça estava toda enfaixada. Seu olho esquerdo estava menor do que o normal. Gritos ecoavam ao seu redor, estava ao lado de um carro capotado, segurando uma pessoa.

Ele não fazia a menor ideia do que estava acontecendo, mas sabia que não podia soltar aquela pessoa de maneira alguma, se não, ela iria ficar pior do que já estava. Novamente, sentiu sua perna tremer e se sentou ao lado do carro, com a pessoa deitada em seu colo. Desmaiou.