quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Surpresa.

Jorge estava afoito. Tirou o celular do bolso e ligou para Carlos, que era o seu chefe.

- Jorge, são três horas da manhã e você me acordou. O que você quer? 

- Carlos, sou eu, Jorge. Você precisa me ajudar. Se lembra daquele problema que tumultuou a cidade no ano retrasado?

- Lembro sim. O assassino morreu e caso encerrado.

- Acho que tem uma falha nisso. Pode vir na minha casa?

- Agora?

- Sim. Você vai querer ver isso.

- Espero que seja importante...

Jorge escutou o telefone de Carlos desligar. Agitado, ele entrou e viu sua esposa dormindo. Se esforçou o máximo para não fazer barulho algum. Pegou sua câmera, seu bloco de anotações e sua caneta. Saiu de casa e correu para a marca de pneu que o sedan preto havia deixado em frente à sua casa. 

Enquanto fotografava o local, seu chefe acabara de chegar. Ele saiu do carro, ainda de pijamas, acendeu um cigarro e caminhou até Jorge.

- Ainda bem que você chegou. Olhe isso.

Carlos abriu a boca e deixou o cigarro cair. 

- Você já chamou a polícia? 

- Ainda não. Quis registrar tudo antes deles chegarem.

- Ótimo. Não consigo acreditar no que vejo...

Eles estavam olhando para uma foto onde Jorge observava os corpos do acidente recente. E preso à foto, um bilhete com a palavra "Sorria" escrita em vermelho.

Este bilhete era característica do assassino, que até então, eles acreditavam que estava morto.


Fim da parte 4.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Suspeitas

O jornalista saiu da cena do crime e entrou em seu carro.

Se encostou no banco, acendeu um cigarro e matutou por horas, tendo o seu raciocínio quebrado por uma ligação em seu celular.

- Alô?

- Jorge, aonde você está?

- Amor, já estou voltando para casa. Aconteceu algo?

- Um barulho estranho do lado de fora da casa amor. Volta logo, estou com muito medo...

- Fique tranquila, estou indo.

Jorge ligou o carro e pisou fundo. Seu coração havia desparado, pois o que ele menos aguardava era uma ligação de sua mulher.

Ele estava revirando a sua mente, em busca de algo que fizesse conexão com o que acabara de ver. Aqueles corpos, o seu vizinho, tudo estava muito estranho e nada fazia sentido.

Já na rua de sua casa, Jorge viu um sedan preto sair muito rápido da frente da sua casa.

Ele estacionou, desceu do carro e acendeu outro cigarro. Se lembrou de algo que possa ser importante para este caso.


Fim do skit #1.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A vizinhança

Era noite de véspera de Natal. O homem gordo não estava nem um pouco animado com a data, pois tinha terminado o seu casamento recentemente. Ele fechou a cortina de seu quarto, descalçou as pantufas e se deitou. Se lembrou de como adorava as noites que antecediam o Natal, de como se fantasiava de Papai Noel e  fazia sempre uma surpresa diferente para o seu filho.

Quando estava quase adormecendo, o barulho de vidro quebrando em sua cozinha o acordou, assim, ele alcançou um grande bastão de ferro que guardava em baixo de sua cama. Caminhou lentamente para a cozinha, e parou no corredor ao ouvir uma conversa.

- Cara, tem certeza que ele mora aqui?

- Claro que tenho. Você não viu a foto dele com a ex-mulher em cima da bancada? Se liga porra!

- Beleza. Mas não se esqueça, sem vestígios.

Ao ouvir a conversa, o homem, assustado, percebeu que o problema era mais sério. Voltou para o seu quarto, pegou o revólver que estava escondido dentro do armário, e ficou parado na porta, apontando para o fim do corredor. Segundos depois, o primeiro invasor apareceu, viu o homem e logo se rendeu, mas o homem não saiu de seu lugar até o segundo invasor aparecer.

Então, um explosivo não muito forte estourou dentro da cozinha. O homem se assustou e derrubou a arma, nisso, os dois invasores avançaram contra ele. Ele foi mais rápido, conseguiu derrubar um deles, mas o outro  invasor logo pegou uma faca e o furou na lateral de sua barriga. O invasor se preparou para investir outro golpe, mas o  homem conseguiu alcançar o pedaço de ferro que havia deixado em cima de sua cama. Então, deu um golpe forte na cabeça do invasor que o esfaqueou, e na do outro invasor que já estava se levantando. Ele bateu tanto, que deixou os invasores irreconhecíveis. Logo reparou no que havia feito.

Precisava sair daquela casa o mais rápido possível, pois sabia que mais pessoas viriam atrás dele. Arrumou uma mala, colocando apenas algumas roupas, vários papeis que escondia em um fundo falso dentro de seu guarda-roupas e o revólver que estava no chão. Ao terminar, ensacou os homens em um grande saco e outra explosão, dessa vez, no quarto do seu filho.

Sorte que ele mora com sua mãe agora, pensou o homem. Pegou a mala,arrastou o saco do jeito que pode, outra mala com documentos, correu até o carro, jogou tudo no porta malas e foi embora.

Fim da parte 3.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Recordação

Aquele dia, a criança corria de um lado para o outro à espera do Papai Noel.

- Vai dormir filho, o Noel só entrega presente para quem dorme cedo.

- Mas Pai, será que ele vem mesmo? Você tem certeza?

- Tenho sim filho, agora vá dormir.

Então, a criança logo se deitou e apagou.

Enquanto isso, o seu pai deixava os presentes embaixo da árvore de natal, fazendo silêncio para não acordar ninguém, mas, este silêncio foi quebrado por um barulho estrondoso do lado de fora de sua casa. 
Então, o adulto abriu as cortinas da sala para tentar ver o que estava acontecendo. Parecia vir da casa de seu vizinho.

Enquanto ele tentava entender algo, a criança saiu da cama, passou despercebida por seu pai, abriu a porta com o maior cuidado do mundo e foi para o jardim. Enquanto caminhava de um lado para o outro, olhando para todos os lados, outro barulho. Desta vez foi bem próximo à ele, e veio da casa de seu vizinho.

Ele correu para o arbusto que separava sua casa e a do vizinho, espiou entre ele e enxergou um homem grande, arrastando um saco de lixo que parecia estar carregado de coisas muito pesadas. O homem entrou em seu carro, colocou algumas malas e o saco no porta malas e foi embora, assim, abandonando a casa.

Esta foi a última vez em que o jornalista veria o seu vizinho.

Fim da parte 2.