quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Maestro

Estava escuro, todas as luzes estavam voltadas para o palco. A orquestra inteira estava lá, todos em seus devidos lugares, afinando seus instrumentos. De repente, todas as luzes se apagam. E então um pequeno feixe de luz é voltado para o maestro, que acaba de subir ao palco. A plateia toda se levanta e aplaude o maestro. Ele se curva diante da plateia em forma de agradecimento, e pede para todos se sentarem. Respeitosamente, todos se sentam e esperam excitados pelo começo. E então os tambores começam a bater ritmicamente, no mesmo ritmo do coração. Tum tum, tum tum, tum tum. Logo após, os violinos e violoncelos entram em ação, o som das cordas do violão e do contra baixo acompanharam eles, com toda a harmonia que podiam proporcionar. O som do pequeno triângulo podia ser ouvido de longe. Quando eu menos percebi, todos os instrumentos já estavam sendo tocados. Fechei meus olhos e viajei em meio a todos aqueles sons. Quando dei por mim estava no meio de um campo completamente aberto, várias plantas e apenas uma única árvore. O som da orquestra podia ser ouvido claramente do lugar onde eu estava. Caminhei até a árvore, sentei em seu pé e observei o campo por horas. Enquanto observava, refleti sobre as coisas boas da vida e percebi que aquilo que estava fazendo era uma delas. Aquele momento era único e indescritível. Se eu pudesse fazer uma lista das coisas boas da vida naquele momento, ela ficaria assim: se banhar na queda de uma cachoeira, sentar no pé de uma árvore e observar o lugar, tocar violão e passar um dia agradável com os amigos. Me levantei e caminhei por aquele imenso campo, os graves dos violoncelos cresciam a cada passo que eu dava. Enquanto caminhava observei as flores que estavam no campo, dançarem suavemente ao som da orquestra. Elas iam de um lado para o outro com tanta suavidade, que parecia surreal. Quando dei por mim, estava sentado na plateia, vendo o maestro agradecer a presença de todos e se despedir, assim como todos os integrantes da orquestra. Todos que estavam na plateia aplaudiram de pé a orquestra e o maestro, e partiram, assim, para suas casas, assim como eu fiz.

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