sábado, 19 de fevereiro de 2011

Prisão

Busco nas mais profundas memórias que guardo, a resposta para me livrar desta situação. Procuro por argumentos válidos que me tirem dessa. Estou cercado por dúvidas e incertezas que voltaram para me assombrar, após tanto tempo e elas ficam me questionando sobre o que é o amor e qual é o sentido de tudo. Não sei, simplismente, não sei. E então, cercado pelas assombrações de meus problemas passados, vejo um grande clarão e caio. Pela primeira vez meu rosto conheceu a dureza gélida que um chão pode proporcionar. Após me recompor, percebo que estou em um lugar diferente, um lugar que nunca tinha visto até então.Estou preso, dentro de uma pequena cela, com apenas uma pequena pia, um caderno e um lápis. Tento encontrar alguma ligação entre isto, mas não consigo. Algum tempo depois, pego o caderno e começo a escrever coisas sobre o amor e sobre o meu passado. Associo os dois de maneira lúdica e vejo que eles combinam perfeitamente, mas apenas no passado. No presente, a associação com a palavra amor não acontece. E então retorno para as profundezas de meus pensamentos, mas fui interrompido por passos que vieram de longe e pararam apenas na frente de minha cela. Não consegui ver ninguém, apenas escutei vozes, todas falando várias coisas ao mesmo tempo e não pude compreender uma palavra sequer, até que uma voz se sobressaiu entre as outras e ouvi claramente a sua mensagem. Me levantei depressa, a porta da cela foi aberta sem fazer um ruído sequer. Apanhei o caderno e o lápis e fui seguindo as vozes pelo corredor. Notei que a minha cela era a única em um grande corredor, que ao final dele, havia uma pequena porta. As vozes disseram para eu abrir esta porta, e entrar na sala que havia do outro lado dela. Segui as ordens das vozes cuidadosamente e quando eu abri a porta, uma surpresa. Descobri que estou preso dentro de minha própria mente. Vagando mente adentro, descubro respostas para várias perguntas, vejo coisas que nunca pensei em ver em toda a minha vida. Procurei as respostas para as perguntas que as assombrações haviam me feito, mas não as encontrei. Persistente, procurei em todos os lugares que a minha mente podia esconder, mas não obtive sucesso. Desolado, voltei para a porta que me levava de volta para o corredor onde havia a pequena cela. Quando abri a porta, tentei me comunicar com as vozes, mas elas não estavam lá, então comecei a correr desesperadamente, em busca de uma saída de minha própria mente. Como não havia saída, voltei para a minha cela, fechei meus olhos e me perguntei o motivo daquilo tudo. Quando abri meus olhos, não estava mais na cela, estava cercada pelas assombrações de meu passado de novo e elas me perguntavam se eu havia encontrado as respostas para seus questionamentos, e eu disse que havia. Disse para elas que o amor é algo completamente inexplicável, que é uma grande atração que você pode sentir por uma pessoa. Enquanto continuava relatando minhas respostas para as assombrações, uma delas me pergunta se algum dia já amei, e eu respondo que sim. E então, após esta minha resposta, todas elas desapareceram, e desde então, eu nunca mais fui perturbado por assombrações de meu passado.

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