Do lado de fora da loja, a rua estava deserta. Ele poderia fazer o que quisesse que ninguém estaria por perto para presenciar.
- Não quero te machucar, só abra o caixa e tudo vai acabar logo.
As mãos do gerente estavam trêmulas, qualquer movimento em falso e feria sua vida escorrendo pela parede atrás dele. Ele abriu o caixa e foi se afastando devagar, indo de encontro com a parade. O assaltante, sem tirar os olhos do gerente, encheu seus bolsos com o dinheiro, pegou sua bebida, uma carteira de cigarro e saiu da loja.
Ao sair pela porta, começou a se afastar da loja antes que qualquer coisa acontecesse. Já havia guardado a sua arma e estava acendendo o seu cigarro, quando ouviu um barulho de tiro. Ao se virar, o gerente estava brandindo sua arma e gritando, esperando que alguém o ouvisse e pudesse lhe ajudar. Nenhum retorno, todos que estavam por perto conheciam a fama do bairro e nem ousavam em interferir nesse tipo de situação. O assaltante sacou seu revolver e disparou contra o gerente, mas demorou muito. Errou o gerente por pouco e foi atingido por um projétil em seu ombro. Logo derrubou a arma e começou a correr, mas não teve sorte. Outro disparo o atingiu pelas costas, assim, caindo de cara no chão. Teve forças para se virar e observar a cara do gerente. Enquanto observava o cano brilhante da arma apontada para o seu rosto, o tempo ao redor parecia passar mais devagar, o fazendo pensar em sua vida feita de escolhas que sempre pareceram sensatas. Seu primeiro beijo, a primeira namorada, o primeiro assalto, a primeira morte. Cresceu em um mundo aonde a única lei era matar ou ser morto.
E lá estava ele, dando o seu último suspiro. O clarão da arma foi a última coisa que viu em sua vida.
O gerente recolheu o dinheiro do bolso do cadáver e voltou para sua loja, como se nada houvesse acontecido. Essa era apenas mais uma noite nas ruas do centro.
Dá pra perceber uma evolução na escrita.
ResponderExcluirGostei. Consegui ver a cena com clareza.