quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A vizinhança

Era noite de véspera de Natal. O homem gordo não estava nem um pouco animado com a data, pois tinha terminado o seu casamento recentemente. Ele fechou a cortina de seu quarto, descalçou as pantufas e se deitou. Se lembrou de como adorava as noites que antecediam o Natal, de como se fantasiava de Papai Noel e  fazia sempre uma surpresa diferente para o seu filho.

Quando estava quase adormecendo, o barulho de vidro quebrando em sua cozinha o acordou, assim, ele alcançou um grande bastão de ferro que guardava em baixo de sua cama. Caminhou lentamente para a cozinha, e parou no corredor ao ouvir uma conversa.

- Cara, tem certeza que ele mora aqui?

- Claro que tenho. Você não viu a foto dele com a ex-mulher em cima da bancada? Se liga porra!

- Beleza. Mas não se esqueça, sem vestígios.

Ao ouvir a conversa, o homem, assustado, percebeu que o problema era mais sério. Voltou para o seu quarto, pegou o revólver que estava escondido dentro do armário, e ficou parado na porta, apontando para o fim do corredor. Segundos depois, o primeiro invasor apareceu, viu o homem e logo se rendeu, mas o homem não saiu de seu lugar até o segundo invasor aparecer.

Então, um explosivo não muito forte estourou dentro da cozinha. O homem se assustou e derrubou a arma, nisso, os dois invasores avançaram contra ele. Ele foi mais rápido, conseguiu derrubar um deles, mas o outro  invasor logo pegou uma faca e o furou na lateral de sua barriga. O invasor se preparou para investir outro golpe, mas o  homem conseguiu alcançar o pedaço de ferro que havia deixado em cima de sua cama. Então, deu um golpe forte na cabeça do invasor que o esfaqueou, e na do outro invasor que já estava se levantando. Ele bateu tanto, que deixou os invasores irreconhecíveis. Logo reparou no que havia feito.

Precisava sair daquela casa o mais rápido possível, pois sabia que mais pessoas viriam atrás dele. Arrumou uma mala, colocando apenas algumas roupas, vários papeis que escondia em um fundo falso dentro de seu guarda-roupas e o revólver que estava no chão. Ao terminar, ensacou os homens em um grande saco e outra explosão, dessa vez, no quarto do seu filho.

Sorte que ele mora com sua mãe agora, pensou o homem. Pegou a mala,arrastou o saco do jeito que pode, outra mala com documentos, correu até o carro, jogou tudo no porta malas e foi embora.

Fim da parte 3.

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