segunda-feira, 10 de junho de 2013

Para sempre.

Desde pequeno, Josias é apaixonado por música. Vivia fazendo barulho em tudo quanto é coisa. Copo, varal, revista, garrafa. Em suas mãos, tudo era válido como instrumento musical. Sua mãe logo reparou que o garoto tinha algo diferente e o matriculou em uma escola de música.

Josias foi ao céu.

Violão, flauta, piano, bateria, baixo, acordeon. Tudo estava ao seu alcance. Começou dominando os instrumentos de sopro, foi de gaita de boca à gaita-de-fole. Depois passou pelas cordas, de quatro para seis, de seis para dez e de dez para doze delas. Cada instrumento com sua sonoridade específica. Não se deu muito bem com a percussão, pois era melhor com os dedos do que com toda a mão.

Anos se passarem e Josias virou compositor. Sinfonias, serenatas e baladinhas de amor. Compôs junto de grandes nomes do meio musical. Era grande o talento de Josias.

De tão apaixonado pela música, pelo som, passou por várias mulheres, mas com nenhuma se casou. No fim de seus dias, já muito fraco e cansado, o velho Josias abraçou o seu cavaco. E o tocou. Horas se passavam e ele sorria e tocava. A noite entrou e ele não parou, muito pelo contrário, intensificou e diversificou os instrumentos.

O dia nasceu e Josias adormeceu. Deixando para trás uma história de amor com pautas, acordes, notas, cordas. Todos misturados em uma grande composição chamada vida.

Diversas de suas canções, anos depois, foram regravadas com várias versões diferentes, como forma de homenagem. Josias ainda vive, em suas músicas e em vários corações.





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